segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

MDS define critérios para utilização de dados do Cadastro Único

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A única coisa que podemos esperar é que realmente estas ações entrem em vigor e sejam realmente utilizadas na prática caso haja algum vazamento das informações constantes no sistema do Cadún, pois são de extrema importância para traçar um projeto de melhoria pública e não para serem utilizados em campanhas políticas.



Órgão que pedir informações deverá apresentar justificativas, como relevância dos programas e projetos nas quais elas serão usadas. Além disso, precisará assumir o compromisso de mantê-las em sigilo
Brasília, 6 – Respeitar o direito constitucional da privacidade e a dignidade dos cidadãos brasileiros e fortalecer a convergência das políticas públicas sem abrir mão da transparência são as principais diretrizes da Portaria 10, que define os critérios e procedimentos para publicação e uso das informações contidas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Os dados são utilizados pelos programas Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, tarifa social de energia elétrica e por todas as iniciativas do Plano Brasil Sem Miséria.

De acordo com a norma – publicada na Seção 1, do Diário Oficial da União, do dia 1º deste mês –, formuladores e gestores de políticas públicas voltadas à população de baixa renda deverão encaminhar pedido à Secretaria Nacional de Renda de Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) para obter as informações do Cadastro Único.

A permissão para o uso dos dados está condicionada às justificativas do órgão solicitante, como relevância dos programas e projetos nas quais as informações serão utilizadas e compromisso com o sigilo dos dados. “Isso busca facilitar o acesso aos dados pelos órgãos que, legalmente, têm que implementar políticas para a população de baixa renda, resguardando o direito dos cidadãos”, diz a diretora do Departamento de Cadastro Único do MDS, Letícia Bartholo.

Já os institutos de pesquisa, ensino e pesquisadores devem apresentar ao ministério a abrangência do projeto, os motivos que justifiquem a utilização da base de dados e termo de compromisso de manutenção de sigilo. “Nesse caso, as informações devem ser repassadas, preferencialmente, criptografadas, para resguardar a privacidade das pessoas cadastradas. Havendo indiscutível necessidade de identificação, a secretaria avaliará a relevância do estudo para tomar a decisão de informar ou não os dados de identificação dos beneficiários”, esclarece a diretora. A portaria determina ainda que, ao final da pesquisa, uma cópia do estudo deverá ser encaminhada ao MDS.

Sanção – O texto legal não abrange a atuação dos organismos de controle e fiscalização, como a Controladoria-Geral da União, o Tribunal de Contas da União e as decisões judiciais. A norma também disciplina que os órgãos gestores do Cadastro Único nos estados, municípios e Distrito Federal somente poderão ceder os dados contidos na base de dados a terceiros observando as determinações da portaria.

A utilização indevida dos dados informados, como a exposição não autorizada das famílias e pessoas inscritas no Cadastro Único, implica sanções administrativa, civil e penal.

Mas para que serve o Cadastro Unico?

O Cadastro Único para Programas Sociais é um instrumento que identifica e caracteriza as famílias com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa ou de três salários mínimos no total. Dessa forma, o Cadastro Único possibilita conhecer a realidade socioeconômica dessas famílias, trazendo informações de todo o núcleo familiar, das características do domicílio, das formas de acesso a serviços públicos essenciais e também dados de cada um dos componentes da família.

O Governo Federal, por meio de um sistema informatizado, consolida os dados coletados no Cadastro Único. A partir daí, possibilita ao poder público formular e implementar políticas específicas, que possam contribuir para a redução das vulnerabilidades sociais a que essas famílias estão expostas e desenvolver suas potencialidades. Atualmente o Cadastro Único conta com mais de 19 milhões de famílias inscritas.

O Cadastro Único, regulamentado pelo Decreto nº 6.135/07 e coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), deve ser obrigatoriamente utilizado para seleção de beneficiários e integração de programas sociais do Governo Federal, como o Bolsa Família. Suas informações podem também ser utilizadas pelos governos estaduais e municipais para obter o diagnóstico socioeconômico das famílias cadastradas, possibilitando a análise das suas principais necessidades.

Famílias com renda superior a meio salário mínimo também podem ser inscritas, desde que sua inserção esteja vinculada à inclusão e/ou permanência em programas sociais implementados pelo poder público nas três esferas do Governo.


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